CORTES DE BOLSAS DA CAPES PODEM LEVAR PESQUISADORES A DEIXAR O BRASIL
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou esta semana um corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no Brasil. A medida, que se junta a outros cortes na educação feitos pelo governo desde o início do ano, preocupa a comunidade científica, que já teme o impacto na produção acadêmica do país, além do risco de uma “fuga de cérebros” em busca de melhores condições para a realização de suas pesquisas.
“É uma tragédia para a história da ciência e da pós-graduação no Brasil”, sentencia a antropóloga Miriam Grossi, professora da Universidade Federal de Santa Catarina e presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). Esse é o terceiro anúncio de cortes neste ano e, ao todo, a Capes, fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC), já bloqueou mais de 11 mil bolsas em 2019.
Além disso, insiste a professora, “não vamos esquecer que o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, um dos maiores financiadores da pesquisa no Brasil) também já anunciou que a partir de setembro não vai mais ter recursos para pagar as bolsas. A situação é dramática nas duas agências”, alerta a antropóloga.
Ouça a entrevista completa com a antropóloga e professora Miriam Grossi