DE BORBOLETAS A ÁGUIAS
Olhando-os individualmente, as diretoras dividiram os alunos em quatro grupos, a partir da capacidade de leitura – em vez de pela idade – de cada um: desde “borboletas” (os que não leem nada) passando para “andorinhas” (os que são capazes de juntar uma letra a outra, mas sem interpretá-las) daí para os “gansos” (os que conseguem ler um pouco mais, mas sem fluência) indo até as “águias” (os leitores fluentes).
A estratégia combina ensinar às crianças como as palavras são articuladas e o que Lima chama de “coreografia” da escrita – o fato de que a mudança de uma letra pode mudar o sentido da palavra. Mas vai além: a oferta de livros e os momentos de leitura são abundantes, “para a criança aprender com o sentido das palavras e escutar seus usos, para se sentir uma leitora. Também usamos muitas poesias, por causa de sua melodia”.
Assim, as crianças passaram a ler uma média de 30 livros por mês, ou um por dia, mas em um contexto “prazeroso, em que o texto tem significado. É entender que o ler pelo prazer de ler faz diferença na vida”, conta Osana Morais.



